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quarta-feira, 4 de maio de 2016

Ovo Festival Sonoro - Zero Hora

Ovo Festival começa com destaques internacionais da arte sonora

O evento tem início nesta terça-feira e se estende até 15 de maio, incluindo performances com entrada franca e atividades transmitidos ao vivo









Não é apenas ruído, mas também não é música – pelo menos não da forma como você está acostumado a ouvir. Trata-se de arte sonora. O conceito, que funde som e artes visuais para explorar novas possibilidades de expressão artística, pauta o Ovo Festival Sonoro, que se inicia nesta terça-feira em Porto Alegre.
O Ovo promove na Capital uma imersão nesse segmento das artes, que começou a ser difundido em galerias, espaços culturais e no universo acadêmico nos anos 1970, com a proposta de usar ruídos do ambiente de modo criativo. A partir daí, passaram a surgir cada vez mais performances usando instrumentos musicais de maneira pouco convencional – com desafinações e diferentes tipos de distorção, por exemplo –, além de sons pré-gravados e de objetos cotidianos como talheres e brinquedos. Outros meios de expressão comuns nesse meio são instalações e esculturas sonoras, estruturas criadas a partir de diferentes elementos acústicos e eletrônicos, muitas vezes ativados pelos próprios visitantes.
– Me considero uma artista plástica e sonora. Fico no meio desse caminho – define-se Carina Levitan, idealizadora do Ovo e integrante do projeto de arte sonora Lote 3, que se apresentará no festival. – Aprender a escutar é uma das grandes qualidades que a arte sonora propõe. Há toda uma linha de artistas dedicados à observação do som, ou seja, que começam a perceber os sons de determinado ambiente e, a partir daí, passam a construir seu trabalho – explica a artista, que coordenou a Escola Caseira de Invenções da 9ª Bienal do Mercosul e fez parte da banda Apanhador Só, entre outros projetos.
O festival começa nesta terça-feira, com uma masterclass às 19h30min, na Sala II do Salão de Atos da UFRGS – a distribuição de senhas tem início às 18h. No palco, estarão dois grandes destaques internacionais do Ovo: o inglês David Toop, considerado pelo jornal The Guardian como ¿o padrinho da arte sonora no Reino Unido¿, e a japonesa Rie Nakajima, uma das personalidades mais ativas neste segmento. Ao longo de duas semanas, a programação também contemplará performances abertas ao público, além de workshops e residência artística com transmissão ao vivo pela internet.
Silêncio e improvisação
O nome do festival ressalta seu caráter pioneiro em Porto Alegre. Os organizadores torcem para que o evento seja o embrião de mais projetos de experimentação sonora na Capital.

– As transmissões pela web são importantes para desmistificar o processo de criação artística – aposta Carina.
Difundida nos anos 1970, a arte sonora teve alguns precursores décadas antes. Para Carina, o americano John Cage é o principal deles. O músico compôs 4¿33¿, obra com três movimentos que somam quatro minutos e 33 segundos de completo silêncio. Na estreia em 1952, o pianista David Tudor fez uma performance hoje célebre: sentou-se ao piano e não tocou nenhuma tecla durante o tempo cronometrado pelo relógio.
Os músicos do Ovo não devem ser tão silenciosos. David Toop, que nos anos 1970 e 1980 integrou o grupo de rock experimental The Flying Lizards, costuma usar violões, tambores, copos e bombas de ar em suas performances. Já Rie Nakajima utiliza diferentes objetos movidos a bateria, como brinquedos, e outros de uso cotidiano.
– Trabalhei com Toop em Londres. Ele explora a linguagem musical de modo completamente diferente. Foi uma aula gigantesca de improvisação – conta Carina, que morou na Grã-Bretanha entre 2007 e 2010, graduando-se em Sound Arts & Design pela University of The Arts London.

Atividades do Ovo Festival abertas ao público:
Terça-feira (3/5):Abertura do festival com masterclass de duas das principais atrações: o inglês David Toop e a japonesa Rie Nakajima. Às 19h30min, na Sala II do Salão de Atos da UFRGS (Paulo Gama, 110). Distribuição de senhas a partir das 18h.
Quarta e quinta-feira (4 e 5/5):Happy hour aberto ao público com o Medula Experimentos Sonoros, grupo de pesquisa em criação sonora da UFRGS. Às 18h30min, na Galeria La Photo (Travessa da Paz, 44).
Sábado (6/5)
Apresentação das turmas de workshop do festival, com David Toop e Rie Nakajima. Às 19h30min, na Sala II do Salão de Atos da UFRGS (Paulo Gama, 110).
15 de maioApresentação de encerramento: artistas residentes do festival, Medula Experimentos Sonoros, Ollie Evans e projeto Lote 3 (de Carina Levitan e Graham Mackeachan, produzido simultaneamente nas cidades de Porto Alegre e Londres e transmitido ao vivo na Hundred Years Gallery). Das 15h às 22h, na Galeria La Photo (Travessa da Paz, 44).
Acompanhe pela internet
8, 9 e 10 de maio:Laboratório experimental coordenada pelo inglês Ollie Evans para os artistas Carina Sehn, Leonardo Remor, Lucas Alberto Santos, Luciana Bass, Rodrigo Fernandez e Sissi Betina Venturin. Das 15h às 20h, com transmissão ao vivo pelo site ovofestivalsonoro.com.
11, 12, 13 e 14 de maio:Os artistas do laboratório experimental seguem em residência artística para a apresentação final, do dia 15 de maio. Das 15h às 22h, com transmissão ao vivo pelo site ovofestivalsonoro.com.


Zero Hora
03/05/2016 - 04h03min | Atualizada em 03/05/2016 - 04h03min


Fonte http://zh.clicrbs.com.br/rs/entretenimento/noticia/2016/05/ovo-festival-comeca-com-destaques-internacionais-da-arte-sonora-5791630.html

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