Durante a exposição de Luc
Adolphe, a LA PhOTO convidou Roberta
Alfaya e Heloísa Naquete para homenagear
outros artistas franceses, e Emma Livry ( 24
September 1842 – 26 July 1863) bailarina clássica foi a escolhida.
Heloísa Nequete Machado, professora de
educação física e atriz circense. Iniciou a carreira artística de circo em
2001. Trabalhou pelo período de sete anos com o circo teatro Girassol,
participando das montagens e atuando nos seguintes espetáculos,
Cyrano nas Nuvens, Cabaré, Pão e Circo e Circo eletrônico. Com o Espetáculo
Circo Eletrônico participou de diversos festivais de circo e teatro pelo
Brasil. Após este período com o Girassol viajou para a Espanha para
iniciar um novo projeto em parceria com a acrobata Gracielle Fernandes da
Escola nacional de circo. Heloísa e Gracielle formaram sua própria trupe na
Ilha de Ibiza, onde lecionam acrobacias e realizam espetáculos para as
principais discotecas e DJs da ilha. Este projeto iniciou em
2006 e segue em andamento ate os dias de hoje. Seguem em andamento também
seus trabalhos solo, como as atuações com lira e com outros
equipamentos criados por Heloísa. As ultimam apresentações de seu trabalho
solo foram em Barcelona no Cabaret Berlin e na World Tour da Festa La
Troya de Ibiza que percorreu diversas cidades da Europa.
Flores para Livry
Por Heloisa Nequete e Roberta Alfaya
Assim como uma rosa no final de um espetáculo
Flores para Livry é uma singela homenagem a Emma e muitos outros personagens
que fizeram parte da historia da arte.
A idéia de realizar este pequeno espetáculo em
homenagem a bailarina Emma Livry surgiu a partir de um convite que recebemos de
Regina para apresentarmos no espaço La Photo. Regina nos convidou para
apresentarmos no mesmo período da exposição “Guardiões da Paisagem” de Luc
Adolphe e nos sugeriu fazermos algo inspirado na França ou dentro da
temática do artista.
Após pesquisarmos artistas e regiões da França,
buscando inspiração, resolvemos simplesmente pensar na França e falar de sentimentos
que ela nos remete. Foi quando chegamos no mesmo sentimento, paixão. Paixão
pela arte e paixão pela vida, esse sentimento esta intimamente ligado com o
impulso que nos leva a agir e realizar nossos sonhos. Então lembrei da
primeira vez que estive na França, que foi para atender um pedido de meu avô
Lenine e contei a história a Roberta.
Meu avô, assim como eu, sempre foi apaixonado
pelas artes e em especial pelo ballet. Nossas conversas quase
sempre giravam em torno deste tema e víamos muitos livros e
vídeos juntos. Um dia fui ao hospital ver meu avô que estava muito doente
e levei um livro de dança para vermos juntos, ficamos vendo livros e
conversando até ele pegar no sono. De repente ele acordou e me pediu um favor
"Helo eu sei que nunca mais vou viajar e sei que não voltarei à frança,
mas sei que tu ainda vais viajar muito nessa vida, gostaria de te pedir um
favor. Quando fores a Paris procure o cemitério mais antigo de la e leve uma rosa para Emma Livry, coloque em
seu tumulo e diga que foi o Lenine que mandou." Eu disse que sim que faria
isso e perguntei quem era Emma Livry. Ele me contou que foi uma brilhante
bailarina nascida em 1842 e que teve uma curta carreira, pois um trágico
acidente interrompeu sua vida. Os teatros eram iluminados com velas e lampiões
e ela teve seu vestido queimado em um espetaculo, ficou muito ferida e veio a
falecer oito meses após o acidente em 1863.
Meu avô faleceu uma semana depois de me fazer
esse pedido, imaginei que algum dia eu conseguiria levar esta rosa.
Não imaginei que seria tão rápido, me surgiu à
oportunidade de ir para a França com minha irmã Tatiana duas semanas
depois. Entusiasmada com a viagem e a possibilidade de realizar esse desejo do
meu avô desde o primeiro dia em Paris comecei com minha irmã as visitas ao cemitério
em busca do tumulo de Emma. Fomos ao Pere lachaise levando à rosa, mas ninguém
conhecia Emma e não havia nenhum registro. Deixamos a flor para outro artista,
Oscar wild. Assim sucessivamente por 20 dias seguimos em busca
de Emma e não a encontrando deixávamos flores para outros
artistas. No ultimo dia de viagem faltando 3 horas para voltar para o Brasil
descobrimos que estávamos indo aos locais errados, pois o cemitério mais antigo
de Paris era o Montmartre. Corremos com nossas flores, pois a essas
alturas já levávamos mais flores no caso de encontrar mais artistas para
homenagear. Chegando a Montmartre encontramos o registro de Emma, mas
caminhamos muito tempo em busca e não encontramos. Durante a caminhada
parei um instante para descansar e disse para minha irmã que estava triste,
conversamos um pouco e ela perguntou se eu não gostaria de homenagear outro
artista, eu disse que adoraria homenagear Nijinsky, mas que nem sabia o pais em
que ele estava e que igualmente eu não viajaria somente para isso. Ela sorriu e
me disse para olhar onde eu estava sentada, quando vi estava sentada no tumulo
de Nijinsky, ali deixei mais uma rosa e seguimos. Quando estávamos a ponto
de desistir um senhor se aproximou e nos ofereceu ajuda, eu disse a ele que ninguém
conhecia quem estávamos procurando, que já não tínhamos tempo e agradeci, ele
insistiu e eu contei que procurava o tumulo de uma bailarina que havia morrido
queimada. Ele sorriu e disse "Emma Livry?", eu e minha irma surpresas
respondemos sim. O Senhor nos acompanhou até o tumulo dela, que era igual a
muitos outros e o nome estava bem difícil de ver. Quando fomos agradecer o
senhor ele já não estava mais la.
Inspiradas na historia de Emma e na caminhada de
flores para entregar sua rosa montamos uma singela homenagem com
a nossa arte a ela e a muitos outros artistas que estão em seu descanso em
solo Frances. "Flores para Livry”
Esse projeto, que para nós é experimental, tem avançado de
uma maneira muito, muito mesmo, linda... poética! Seu desenvolvimento passa por
essas etapas de convívio, conversas, sentidos, amigos, parceiros, flores,
velas, plateia... tudo nós sentimos e mostramos de uma forma bem real e
verdadeira, experimento mesmo! Erros e
acertos, meu ponto de vista, são imprescindíveis no processo criativo e se o
público quer fazer parte disso... Melhor! Hoje ele faz na LA PhOTO. O começo de uma ideia muito grande, no sentido
de arte e vivência, com as artistas Roberta Alfaya e Heloisa Nequete. Hoje creio que encontramos a direção que nos
engrandece, nos leva a outra etapa deste crescimento, uma diretora que todas
nós, Heloísa, Regina e Roberta, queríamos muito, ainda não vou citar o nome,
pois não disse a ela que postaria algo.
Bom minha gente eu quero comunicar que...
LA PhOTO agora também é CIRCO!!! VIVA ARTE CIRCENSE
Regina Protskof
Terças e Quartas 20h.
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